quarta-feira, 6 de junho de 2012

Dança com Taças: O Guardar da Tradição

Sabemos que uma das modalidades na dança do ventre possui um par de taças de vidro com 2 velas acesas dentro, ricamente cênica e misteriosa, encanta os olhos do espectadores, são muito utilizados movimentos sinuosos, redondos, cambrees e chão;  movimento das mãos é consagrante, lapida a delicadeza da apresentação que deve se mostrar cuidadosa e delicada. O nome dado a esta modalidade é Raks el Shamadan (o mesmo nome dado a dança do candelabro) e você sabe por que?
Ao que sabemos de mais aceitável hoje é que nossos incríveis transportadores de cultura, os ciganos, no caso ciganos indianos, Gaawazee ao saírem em busca de nova terra, além de inúmeras tradições e danças, levaram a Raks el Shamadan, originalmente dançada em festas familiares, como casamentos, batizados e todo o tipo de reunião festiva familiar (o que nos denota um contexto de fraternidade e religiosidade), mundo a fora. Porém como candelabros puderam tão drasticamente transformar-se em taças? Bem vamos lá, pensemos como uma tribo gaawazee, indo embora de seu território, em busca de vida nova, geralmente a pé, outras vezes em cima de animais, com muitas bagagens para levar, correndo o risco de serem saqueados por bandidos ou outras tribos, enfim, levar um enorme castiçal de metal não é facil, inviável eu diria, aos que tentaram levar como eu disse... perderam no caminho. Mas graças a incansável força de ir avante com a tradição, beleza e importância de suas tradições a dança do candelabro pode ser reduzida e readaptada, transformando-se em taças acesas com velas, afinal era o que tinham por perto e assim acabou nascendo nossa bela dança com taças. 
Porém você pode estar se perguntando, assim como um dia uma amiga minha queridíssima me perguntou: Mas meu isso deve ser inventado, pois naquela época não existia vidro!? E eu que já havia pesquisado sobre isso respondo a você: "As taças na época eram de ferro ou cobre e talvez nem mesmo tivessem formato de taça, deviam se parecer com copos." Para chegar a essa frase tive que pesquisar bastante, até que cheguei a um relato de um ocidental que se encontrava no oriente médio, em uma taverna onde uma cigana gaawazee dançava, óbviamente num contexto não tão familiar como a dança original pois para sobreviver muitas delas precisavam se prostituir ou prostituir seus costumes (mas isso fica para outro post), então o tal ocidental relatava que nunca havia visto uma mulher dançar com tanta precisão segurando 2 taças de cobre com uma vela acesa dentro de cada uma, porém ainda havia mais um toque cênico, ao redor das velas, havia água. Depois de mais alguns relatos pude então em meu ver, entender esta maneira que explico aqui.
Para realizar a dança com taças não há um tipo de música específica, o importante é se guiar pela linha do sentimento e delicadeza. 

                                       TEXTO: AYSHA NUR 


Você pode assistir: 



  • Ju Marconato: Performance com taças 

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