Nesses anos de Dança do
Ventre eu tenho notado como as mulheres mudam com o passar do tempo, isto mais
específicamente para aquelas que passam o dia todo como profissionais de várias
áreas e a noite cumpre o papel de dona de casa, mãe e esposa, ou com as que
passam o dia todo cuidando da família.
Quando elas decidem se dar
um tempo de presente e procuram uma escola de dança do ventre, normalmente
motivadas pelas personagens de novelas, ou vídeos da internet encontram um
mundo muito diferente, a principio imaginam que vão se tornar sedutoras da
noite para o dia, mas quanto mais aulas elas fazem acabam redescobrindo cada parte do seu corpo,
percebem que já não têm tanta flexibilidade e que terão que se dedicar para
recuperar o tempo perdido. Muitas
desistem no caminho, pois dão de cara com uma arte milenar que faz toda
diferença no feminino e que essa arte é para todas, deparam-se com seu “eu”,
mas nem todas são para esta arte, então só continuam as que reapaixonaram por
si mesmas, sentem a autoestima crescer, o bom humor, a alegria e passam
respirar a magia da dança, esse novo ar as purifica e as transforma.
No entanto, essa entrega e
conexão com a Dança do Ventre vão acontecendo ao passo que descobrem que para
se tornar bailarinas não dependem de idade, peso, altura e muito menos de
roupas exuberantes maquiagem, acessórios e sim de redescobrirem a mulher que
está escondida atrás das atividades do dia-a-dia e voltarem a se amar. Quando
esse momento chega não existe nada que possa impedí-las de virarem deusas, isso
é muito lindo.
Como lagartas que saíram dos
casulos e se transformam em borboletas elas sentem-se livres e vem a
necessidade de estudar, aprender cada dia mais porque deusas são lindas,
fortes, poderosas e capazes de conquistar o mundo.
Então se eu fosse médica indicaria
a dança para a cura dos males da alma, como sou apenas uma bailarina
observadora e xereta me arrisco e indico também:
Venham mulheres e façam
parte de olimpo que a Dança do Ventre construiu para nós.
TEXTO: Eliana Fernandes
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